sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Até quando?

Até quando vamos conviver com manchetes como a que está estampada nos principais jornais de hoje? Será que é natural isso acontecer? Se for, me desculpe, mas penso diferente. Como pode uma operação policial com o objetivo de lutar contra as mazelas de uma comunidade terminar com a morte de uma menina tão linda, cheia de futuro e, principalmente, inocente? Realmente, não sei o que dizer. Não adianta apontar culpados. Se foi a Polícia, se foram bandidos, de mais nada vale. Ela está morta. Ela não vai mais passar todos os dias pelas estreitas ruas da Favela da Rocinha para encontrar os coleguinhas no colégio, ou brincar de boneca na porta de casa com as vizinhas. Ela morreu. Entrou para as tristes estatísticas, para a memória de uma comunidade refém do tráfico de drogas, passiva à violência e à desordem. Não só ela morreu. A sociedade morre a cada morte de um inocente.

Ágata Marques dos Santos, de 11 anos, estava na janela de casa, que fica na parte mais alta da Favela da Rocinha, quando foi atingida na cabeça. A menina chegou a ser levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas não resistiu ao ferimento. Filha única, Ágata passava as férias na casa do pai, Claudino Silva dos Santos, que acusa os policiais civis de terem entrado atirando para o alto. Segundo Claudino, não havia confronto com traficantes no momento.

Neste momento, pensem nos seus filhos, pensem nas crianças, vítimas inocentes de uma guerra diária. Pense e faça uma prece. O céu ganha mais um anjo. Descanse em paz, Ágata.

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