terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O foco em Cuba: Fidel renuncia

Depois de quase 50 anos no poder, o líder cubano Fidel Castro renunciou nesta terça-feira aos cargos de presidente e comandante das Forças Armadas de Cuba. Em um artigo publicado no jornal do Partido Comunista, "Granma", ele afirmou que não vai mais voltar ao poder. Seu irmão Raúl, que assumiu o cargo após o afastamento de Fidel, em julho de 2006, continuará na Presidência até que a Assembléia Nacional eleita em janeiro escolha o sucessor oficial de Fidel. Os deputados terão 45 dias para anunciar a decisão, embora a permanência de Raúl seja o mais provável, segundo analistas. Seria um recomeço para a ilha comunista? Enfim, a democracia será uma vertente do próximo governo, Cuba será bem aceita nos mercados internacionais? A verdade é que a saída de Fidel do poder não significa que ele não faça mais parte dele. Afinal, o irmão do ditador assume uma vaga, que há mais de 40 anos é de um homem preocupado com os serviços essenciais do cidadão e completamente adverso às políticas internacionais. Mas Fidel está muito doente, Raúl (veja foto abaixo) não é mais um mocinho e existe, dentro do país, um grande movimento de democratização da ilha que, grata aos serviços de Fidel nas últimas décadas, não abre mão de ser como qualquer cidadão do mundo: livre. Leigamente analisando, acredito que pouca coisa mudará nos primeiros anos, a não ser que essa transição seja dolorosa e nem um pouco pacífica. Mas acredito, sim, numa Cuba ainda mais bonita na sua invejável base (educação, saúde e moradia) e cada vez mais universal na relação com o mundo (principalmente com os Estados Unidos). Viva a cultura cubana, e que essa não morra em possível transição cultural. Sejam fortes, cubanos. O homem dos longos discursos e longas barbas deixa o poder. Está decretado: o dia 19 de fevereiro de 2008 entra para a história da política mundial, como o dia em que os cubanos descobriram, enfim, que podem ser muito mais. Viva Cuba!

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