quarta-feira, 26 de março de 2008

Situação dengosa. Ou calamitosa?

A Secretaria Estadual de Saúde atualizou, no início da noite desta quarta-feira, o número de mortes no Estado do Rio de Janeiro, por conta da dengue. Já são 54 vítimas fatais e um total de 41.978 casos da doença, somente este ano. O último boltim oficial dava conta de 47 vítimas fatais e 32.615 casos. As 54 mortes foram confirmadas de um total de 114 modificações de óbito por suspeita da doença - 20 delas foram por dengue hemorrágica.

E agora, o que falar em casa? O Rio de Janeiro vive uma epidemia declarada de dengue, apesar de não ser assumida pelo prefeito César Maia. Por que não assumir, prefeito? Para não assumir uma responsabilidade sua de evitar que dezenas de vidas sejam consumidas por um mosquitinho? Pelo amor de Deus, senhor prefeito... não se pode esconder diante de uma situação calamitosa de saúde pública. Cito apenas um de muitos exemplos: ontem, passei pela Avenida das Américas, na Barra, em frente às futuras instalações da superfaturada Cidade da Música. Entre tijolos, manilhas e vergalhões, várias poças d´água que podem servir de criadouro para o mosquito transmissor da dengue. Se juntarmos isso a outros fatores como: a Cidade da Música fica localizada muito próxima ao bairro de Jacarepaguá, que é uma das áreas mais críticas da cidade em casos de dengue; a obra fica muito próxima também à Cidade de Deus, que possui uma grande população que carece de serviços básicos, e o bairro da construção: a Barra da Tijuca, em si, que ainda convive com o problema de terrenos baldios e desocupados - não seria um bicho de sete cabeças se por ali houver um mosquitinho de pernas zebradas. E se houver um que seja, César, a responsabilidade é sua. Não é justo colocar a culpa na população apenas. Se é um problema de todos, todos precisam ser responsabilizados. Mas o povo já paga caro por isso, senhor prefeito. Pergunte para parentes de vítimas da dengue, que eles responderão com mais propriedade.

Pois bem! É mais do que hora de sair dos escritórios, das mensagens por e-mail e encarar a situação de frente. É hora de unir os poderes públicos, se desvencilhar de interesses próprios e acabar de vez com essa epidemia inadmissível em pleno século XXI. Não consigo imaginar estudiosos conquistando feitos incríveis, como a cura do câncer, da AIDS e da cura através de células-tronco - e pessoas ainda morrendo de... DENGUE. Meu Deus...

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