quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Informações desencontradas sobre alimentação confudem diabéticos e obesos


Por Marta Simões, do Rio de Janeiro

Se seguir rigorosamente uma dieta saudável associada à prática regular de exercícios já é um sacrifício para a maioria dos mortais, com a combinação de informações desencontradas que vem sendo divulgadas ultimamente fica impossível saber diferenciar o certo do errado.
As dietas excêntricas de famosas saradas que ganham espaço na mídia e as freqüentes mudanças conceituais sobre alimentos anteriormente considerados vilões da saúde e da boa forma têm causado uma enorme confusão nos consultórios médicos.
O médico ortomolecular João Marcelo Branco, especialista em suplementação alimentar é testemunha disso. Todos os dias tem que lidar com a ameaça que essas informações representam para os pacientes.
Já tem diabético querendo ingerir açúcar, depois que se noticiou que adoçante "engorda" mais. Outros querem perder peso comendo apenas clara de ovo e meia batata - exclama. Até a prática de exercícios vem sendo questionada depois da morte súbita da moça na academia de ginástica - conta o médico.
A despeito da busca por resultados sem esforço, Branco ressalta que a fórmula "mágica" da boa forma e saúde ainda é o velho bom senso. Ou seja, a ingestão equilibrada de carboidratos e proteínas, na base de uma porção de carboidrato para uma de proteína, no máximo duas porções de carboidrato para uma de proteína, para quem pratica exercícios. Verduras, frutas e legumes (exceto os ricos em carboidrato, como batata, inhame e aipim, por exemplo) podem ser consumidos à vontade. E, sobretudo, o açúcar continua proibido aos diabéticos.
Os diabéticos não podem, em hipótese alguma, ingerir açúcar. O diabetes é uma enfermidade que provoca o aumento da quantidade de glicose (açúcar) no sangue por falta absoluta ou relativa de insulina. O distúrbio tem graves conseqüências quando não é tratado adequadamente. O diabetes hoje é em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, inclusive no Brasil. Por isso, é preciso ter muito cuidado com essa confusão de informações – adverte.
O médico também ressalta que não se deve suprimir nenhum tipo de alimento ou adicionar suplementos alimentares à dieta sem orientação profissional. Branco defende a ingestão regulada de alguns alimentos, como as carnes vermelhas e ovos, por exemplo, e estimula inclusão de mais peixes na dieta de pessoas de qualquer idade.
As vantagens nutricionais dos peixes relativamente às de outros alimentos, tanto em valor protéico, quanto calórico são enormes. Os peixes são fontes de vitaminas A, B e D, além de serem ricos em sais minerais como cálcio e ferro. Sem contar que é um alimento praticamente sem restrição de consumo - afirma.
O especialista lembra ainda que devido à grande concentração de proteína e ômega 3 proporciona o desenvolvimento da inteligência, auxilia contra perda de memória e no combate aos radicais livres, que não só evitam o envelhecimento precoce, bem como, reduzem as possibilidades de se desenvolver doenças ósseas, articulares, como a osteoporose, e ainda o mal de Alzheimer.
A ingestão regular de peixe ainda proporciona o equilíbrio entre o HDL, chamado de colesterol bom e o LDL, o mau colesterol. Muitas vezes a pessoa não tem o LDL alto, mas tem o HDL baixo. A inclusão de peixes na dieta equilibra o nível dos dois e baixa os triglicerídios - explica.
Quanto a comer apenas clara de ovo para ganhar um corpinho sarado, o médico adverte que embora seja rica em abulmina que implementa a massa muscular, a clara de ovo não contém aminoácidos essenciais que o organismo necessita e não produz.
A gema também, que já foi vilã, sabe-se que hoje não é mais considerada assim, sobretudo a do ovo de galinha caipira, que praticamente não tem colesterol e é um exclente neuro protetor - conclui.

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