quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Operação Tapioca: de alpiste a festinhas, viva o cartão corporativo!

Depois da tapioca de 8 reais do ministro dos Esportes, Orlando Silva, outro ítem está chamando a atenção do Senado durante as investigações do uso do cartão corporativo. As planilhas da pasta do Ministério das Ciências e Tecnologia mostram despesas de R$ 153 destinadas para a compra de alpiste de passarinho. Respondendo a um requerimento de informações do Senado sobre uso e quantidade de cartões corporativos no MCT, no dia 20 de setembro de 2005, o ministro Rezende enumerou os servidores bem como anexou as planilhas detalhando os gastos feitos com o dinheiro público.

Nas despesas efetuadas entre os dias 1º de janeiro de 2005 e 18 de agosto do mesmo ano, o funcionário João Bosco dos Santos, um pesquisador lotado no Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, subordinado ao ministério, informa que gastou R$ 47,7 mil com seu cartão corporativo. Ele adquiriu avental, colheres, travessa de aço e até bujão de gás.
Mas a despesa que mais chama a atenção sãos os R$ 153 para comprar alpiste de passarinho no dia 16 de junho de 2005 e outros R$ 88 na aquisição de "ração para animais" um mês depois, no dia 12 de julho.


Outros gastos


O servidor Francisco Risoma é motorista do ministério e está lotado na Divisão de Engenharia. Gastou R$ 22,8 mil em 2005. Usou o cartão corporativo no dia 28 de fevereiro, para comprar uma "saladeira tailândia, taças de sobremesa, ralador, frigideira, assadeira, jarra e etc".





Margareth Argent Thompson, responsável pela pesquisa de preços e compras do ministério, utilizou o cartão em 22 de dezembro de 2004 para comprar por R$ 240 "shampoo para lavar veículos e solução para limpeza de pneus". Margareth também adquiriu R$ 177,60 em adoçantes.



O servidor José Flávio Soares Lima, do Ministério das Comunicações, pagou R$ 80 para "manutenção corretiva de sugador de líquidos do consultório odontológico". As informações estão no ofício de número 169 enviado pelo atual ministro Hélio Costa (PMDB-MG) ao Senado, no dia 22 de setembro de 2005.


O ex-ministro Waldir Pires, demitido na crise aérea, gastou perto de R$ 1 mil com "serviços de festividades e homenagens". Na gestão do vice-presidente, José Alencar, o estilo era o mesmo. Em 2003, o servidor Mário Augusto Baccarin usou o cartão corporativo para pagar uma festinha que custou R$ 4.272,41.

Em 2005, o funcionário Paulo Roberto Ribas gastou R$ 3,5 mil com "material esportivo". Outros R$ 956 foram gastos pelo servidor Welio Gomes Cardoso para "premiações esportivas".

Esses e centenas de outros de gastos são patrocinados por você, cidadão de bem, que paga seus impostos rigorosamente em dia. Quer uma dica? Por que não se candidata a deputado? Afinal, hoje em dia, ter um cartão corporativo é a solução para todos os problemas!

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