terça-feira, 4 de março de 2008

Qual o time dele?

Sinceramente, eu não acredito mais em "amor à camisa". Por exemplo, me desiludi com os beijos intermináveis à cruz-de-malta que o Leandro Amaral deu quando era do Vasco. Bastou o dinheiro sorrir para ele que o amor acabou. Também, deve ser como um relacionamento mal resolvido - o amor, um dia, acaba. Prefiro não pensar dessa forma, talvez seria cético demais. Mas, apesar do futebol ter mudado nas últimas décadas, a ponto de cifras milionárias transformarem a cabeça de jogadores rumo ao quase sempre "nada" (alguns ao sucesso absoluto, mas é um em 10 mil), eu ainda acredito no romantismo, na aplicação de um jogador e, por que não, na fidelidade de um profissional ao seu clube de coração? Que o diga o goleiro Rogério Ceni, o Milton Santos do São Paulo. Parece que nada destrói o carinho que ele tem pelo tri-mundial. E segue sua vida embalado pelo mesmo manto, pela mesma torcida gritando o seu nome. Invejem os de fartos currículos: Ele é que é feliz! No contraponto da história, apresento-lhes Romário. Ninguém vai discordar de mim que ele torce para o América, não é? Afinal, isso é o que o Baixinho dos mil gols diz. Mas, ao mesmo tempo que se mostra agradecido ao Vasco, que o criou e lhe concedeu mimos que nem o maior ídolo da história do clube pôde deleitar, o Flamengo, clube pelo qual defendeu, talvez, em um momento muito especial de sua carreira, não lhe saiu da cabeça. Parece que não sai do seu inconsciente aquela vontade de vestir, novamente, o manto rubro-negro. Agora eu pergunto: Romário é Vasco, Flamengo ou América? Pelo menos, eu entendo da seguinte forma: o Vasco é a mulher ideal: que lava, cozinha, passa, faz carinho e nunca falta. O Flamengo é a amante: mais quente, dá mais tesão e não é tão problemática assim. E o América é aquela menininha sem graça, que você só dá uns beijinhos para agradar a família. Eu só não sei qual seria o melhor final feliz para esse adultério todo... Talvez hoje ele esteja para a amante - está um pouco esgotado do arroz com feijão da titular. Principalmente porque ele sabe que, ao retornar, será novamente bem recebido pela sua esposa fiel.

Nenhum comentário: